Escrever para crescer
Escrever é uma forma de crescer, uma forma de organizarmos os nossos pensamentos e de ganhar perspetiva sobre nós próprios. Passo muito tempo sem escrever e quando o volto a fazer sinto que avanço, que acalmo, que volto a seguir na direção certa e que cresço, sinto que não escrever é definhar e que escrever é organizar para evoluir. Organizar os pensamentos, a mente e o espírito se é que não é tudo a mesma coisa, há quem diga que não, às vezes acho que são coisas diferentes, a maior parte das vezes acho que é tudo a mesma coisa, deve ser quando estou muito tempo sem escrever, quando embruteço os sentidos, a alma, a vontade de sonhar e de viver, quando experimento o vácuo existêncial. Escrever é uma forma de dar vida à nossa vida, a escrita revela-nos a nós próprios, engrandece-nos.
O vazio que por vezes ocupa a nossa vida leva à ausência de pensamentos produtivos e a ausência de pensamentos produtivos é terreno fértil para o vácuo existêncial avançar, ler e escrever são fundamentais para o combater e para viver uma vida mais realizada.
Quando passo muito tempo sem escrever, a vida perde significado, fico ao Deus dará, se é que é assim que se escreve esta expressão. Sempre adorei esta expressão mas quando sinto que a estou a viver, assusto-me e logo preciso de me organizar e seguir em frente, afinal só se vive uma vez e temos que fazer o melhor da nossa vida.
Estou numa encruzilhada, profissionalmente não sei o que fazer, quero mudar de emprego mas não sei o que fazer, há coisas que gosto mas não me decido e isso faz com que o vácuo existêncial avance dentro de mim, que deixe de escrever e até de ler, ler torna-se aborrecido, quem diria!
Escrever pode ser a tábua de salvação, pode ser o último recurso ao qual nos podemos agarrar, podemos até não ter nada para escrever mas só o facto de o fazermos ajuda-nos a concentrar a nossa mente em si própria e isso ajuada-nos a focar e a desenvolver a competência de irmos fundo num assunto, uma das formas pelas quais o vácuo existêncial se manifesta é através da superficialidade das nossas análises.